quarta-feira, 5 de maio de 2010

Setor de máquinas e equipamentos bateu recorde de vendas em março

A indústria de máquinas e equipamentos registrou crescimento de 19,9% no faturamento dos primeiros três meses deste ano em comparação ao mesmo período de 2009, atingindo R$ 16,7 bilhões. Somente em março, o setor faturou R$ 7,2 bilhões, o melhor resultado da história para o mês e 47% superior ao registrado em março do ano passado. O balanço foi divulgado hoje (5) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
O diretor secretário da Abimaq, Carlos Pastoriza, ressaltou, no entanto, que 2009 foi um ano particularmente ruim e os ganhos de 2010, com exceção de março, ainda estão abaixo da média dos últimos anos. “Ainda estamos em um processo de recuperação da crise financeira internacional que afetou o Brasil no ano passado”. Na média mensal, o resultado de 2010 é 3,4% superior ao de 2009 e 16,9% menor do que o registrado em 2008.
Pastoriza disse temer que a recuperação apresentada nos últimos meses seja prejudicada pelo aumento da taxa básica de juros (Selic) e a valorização do real frente ao dólar. “Esse crescimento pode ser tremendamente afetado pelo aumento da taxa Selic”, destacou.
O câmbio valorizado também foi apontado pela Abimac como um dos fatores que dificultam as exportações. As vendas de máquinas para o exterior caíram 4,4% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2009, totalizando US$ 1,88 bilhão. Em março, entretanto, houve um aumento de 50% em relação a fevereiro, que representam US$ 850 milhões em vendas.
As importações, porém, estão em crescimento e chegaram a US$ 5 bilhões, valor 5% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. Os Estados Unidos são o principal exportador de máquinas para o Brasil, responsável por 25,8% das compras brasileiras, seguido pela Alemanha (13,2%) e pela China (12,5%).
Pastoriza destacou que o país asiático está aumentando o volume exportado para o Brasil e, provavelmente até o fim do ano, ultrapassará os alemães. Esse crescimento preocupa a Abimac. Com o câmbio desfavorável, a associação considera que o produto chinês faz uma concorrência desleal com manufaturado brasileiro. “As importações estão tendo o efeito de destruir o nosso parque industrial”, reclamou o diretor secretário.
Fonte:Agência Brasil