quarta-feira, 19 de maio de 2010

Feira Casar 2010 começa nesta quarta com foco nos serviços e produtos de luxo

A nona edição da feira Casar acontece a partir desta quarta (19) no Terraço Daslu, em São Paulo. Com 110 expositores, a feira aposta (mesmo em tempos de rescaldo de crise) nos serviços e produtos de luxo oferecidos aos visitantes interessados nas novidades deste segmento.
Na versão 2010, o evento conta com algumas estreias neste segmento: Neka Mena Barreto, conhecida pelos bufês em eventos badalados, a marca espanhola Rosa Clará, que faz parceria com estilistas do porte de Lacroix, Lagerfeld e Vera Wang em linhas de vestidos de noiva exclusivas para a grife e a produtora Puntuale, com serviço de dia da noiva com direito até a chef de cozinha na casa da cliente e styling para madrinhas e convidadas do casório estão entre as novidades.

CASAR 2010

Quando: 19/5 a 22/5, 14h às 21h
Onde: Av. Pres. Jucscelino Kubitscheck, 2.041, São Paulo
Quanto: R$ 55
Informações: www.eventocasar.com.br

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Pequenos e médios empresários vão às trocas

Permutas entre várias firmas possibilitam girar o estoque e receber itens de valor agregado sem desembolso 
Premiar o funcionário do mês com uma viagem a um resort de luxo em Comandatuba (BA) ou emplacar uma campanha de publicidade sem desembolsar um único real são possibilidades que têm levado empresários de pequeno e médio portes a aderir às permutas.
Entre as vantagens do sistema de trocas apontadas por empreendedores e consultores destaca-se a possibilidade de girar o estoque, escoar os excedentes de produção e aproveitar as horas ociosas, substituindo esse tipo de custo por itens e serviços com valor agregado.
As transações são simples: ao se associar a uma intermediadora de permutas, o empresário pode oferecer o que desejar e solicitar o que for disponibilizado pelos demais associados.
Para cada troca, o ofertante recebe créditos equivalentes ao que o serviço custaria em reais. Com eles, "paga" o que demandar de outras empresas.
Esse tipo de transação, avalia Tales Andreassi, coordenador do Centro de Empreendedorismo da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas), pode ser positivo aos negócios "desde que integrado à estratégia da empresa".
"Imagine uma firma de serviços que esteja começando a atuar e queira ter como clientes empresas num setor bem representado no mercado de permutas. Nesse caso, vale a pena se afiliar e oferecer alguns serviços por esse sistema, a fim de se tornar conhecida", pontua.
"O modelo ajuda a escoar estoques que os canais convencionais não absorvem mais, a preço de mercado, além de ocupar a capacidade ociosa da indústria e dos serviços, como na baixa temporada de hotéis", afirma Marcio Lerner, diretor-executivo do Prorede, que tem 300 associados e está focado em empresas de médio porte.
O diretor-técnico do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Carlos Alberto dos Santos, ressalta, porém, que aderir a uma economia não monetária é uma "estratégia defensiva que não deve ser o objetivo de nenhuma empresa". A meta, reforça, deve ser a "boa gestão financeira".
"Sem prejuízos de alternativas pontuais [como a permuta], a estratégia não pode ser se afastar da economia monetária, do dinheiro", pondera.
Em ascensão
pouco no Brasil, a permuta multilateral vem crescendo entre as organizações intermediadoras.
"O empresário está cada vez mais aberto a esse formato de negócios", aponta Nádia Nunes, diretora comercial da Permute, que conta com 600 empresas associadas e movimentou o equivalente a R$ 6 milhões em trocas em 2009.
Outra especializada no setor, a norte-americana Tradaq, informa que teve crescimento de 30% em 2009 e negociou R$ 32 milhões em permutas. No Prorede, o salto no volume de negócios foi de 25% nesse período, segundo Lerner.
Os principais segmentos participantes são os de gráfica, mídia, hotéis, restaurantes, prestadores de serviços e móveis.
Fonte: Folha de S.Paulo

domingo, 16 de maio de 2010

Crise do euro de 2010 lembra o rublo de 1998

Enquanto os mercados financeiros tentam absorver as notícias do pacote de resgate para a Grécia e outras economias instáveis da eurozona, alguns banqueiros e economistas veem semelhanças com a crise que levou à inadimplência da Rússia em 1998.
Há uma década, a Rússia estava na mesma situação que a Grécia está hoje, lutando para restaurar a confiança nos títulos através de um empréstimo imenso do Fundo Monetário Internacional e outros credores. Na época, assim como agora, a crise da dívida perturbou os mercados financeiros globais. E foi depositada uma grande esperança na ajuda financeira – que no caso da Rússia não deu certo.
“A Grécia gerou uma sensação impressionante de déjà vu”, escreveu Roland Nash, chefe de pesquisa para o banco de investimentos Renaissance Capital em Moscou, numa nota recente aos investidores. A ajuda financeira de 1998 para a Rússia, feita na forma de uma pacote de resgate oferecido pelo Fundo Monetário Internacional, teve como efeito postergar, mas não evitar, a inadimplência da Rússia em relação à sua dívida externa.
No período de um mês entre o anúncio do pacote e a inadimplência, bancos russos e ocidentais correram para se aproveitar da dívida de curto prazo enquanto ela amadurecia, trocaram rublos por dólares e mandaram o dinheiro para fora da Rússia.
A ajuda financeira sustentou a taxa de câmbio durante esse processo, enriquecendo os donos de títulos que saíram rapidamente e deixando o amargurado povo da Rússia com a responsabilidade pela dívida e tendo que pagar os credores, incluindo o FMI. Em 17 de agosto de 1998, quando o governo anunciou de fato a inadimplência da dívida externa e disse que permitiria que o rublo flutuasse mais livremente em relação ao dólar, o Banco Mundial e o fundo monetário já haviam desembolsado cerca de US$ 5,1 bilhões (R$ 9 bilhões) em ajuda financeira.
Alguns analistas dizem que se um padrão semelhante acontecer no resgate da eurozona, pode ser que os contribuintes europeus tenham de pagar pela ajuda financeira enquanto os investidores da dívida grega conseguirão em grande parte se sair bem.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Exemplo para o agronegócio nacional

O Consecana, sistema de precificação na cadeia produtiva da cana-de-açúcar, é o modelo mais bem-sucedido dos últimos anos

A economia agrícola nos ensina que os processos de produção e comercialização de produtos agropecuários têm características únicas para cada produto, como período da colheita, perecibilidade, armazenagem e volume de safra.
Esses atributos determinam o processo de formação de preços, gerando complexas relações entre a agricultura e a indústria de processamento e distribuição.
Por conta dessa complexidade, um conjunto amplo de políticas agrícolas e de organizações de mercado se desenvolveu em diferentes países, estabelecendo modelos distintos de formação de preços.
No Brasil, o modelo mais bem-sucedido dos últimos 12 anos é o sistema de precificação na cadeia produtiva da cana-de-açúcar, o Consecana.
As especificidades do processo produtivo do açúcar, do etanol e da própria cana produto volumoso, com elevado custo de frete relativo ao preço (o que inviabiliza o transporte por longas distâncias) e que precisa ser processado logo após a colheita, causam uma dependência bilateral entre os fornecedores e as usinas.
Isso torna essencial a existência de parcerias entre os segmentos agrícola e industrial.

Europa: medo e frustração

A Europa foi sempre uma fascinação e raiz para todo o Brasil, principalmente nos séculos 19 e 20. A Cidade Luz, a fonte de todas as melhores manifestações culturais, nomes eternos na literatura e na arte. Do lado econômico, não tomávamos conhecimento. Era quase uma relação humana, e não uma convivência de dois países.
Nabuco foi francês nos primeiros anos de mocidade. Seus versos eram escritos em francês, pois só essa língua comportava suas inspirações. Depois vem a fase de ser inglês, até tornar-se brasileiro pela maior causa que jamais uniu a consciência nacional: a abolição.
Rui, Graça Aranha, Machado de Assis -que traduziu Victor Hugo, "Os Trabalhadores do Mar"-, os poetas do século 19, todos influenciados pelos seus ídolos franceses, a começar por José Bonifácio, que, sob o pseudônimo de Américo Elíseo, era quase um pastel de poesia francesa, ele que como poeta era pálido, ficando na nossa história pelo grande estadista.
Mas isso é coisa do passado. Hoje, depois de passarmos pelos Rothschild ingleses, que nos financiaram no Império, nos jogamos, como todo o mundo, rendidos pela realidade, nos braços dos EUA.

Ásia retoma a ascensão econômica

Com caixa cheio e avançando no mesmo ritmo de antes da crise, o perigo para os países da Ásia é o superaquecimento 

As colunas do Partenon podem estar desabando. Mas, a meio mundo de distância, os blocos de pedra da Grande Muralha da China, os arcos basálticos do Portal da Índia e até mesmo as Torres Gêmeas da Petronas raramente pareceram mais estáveis. Enquanto a Europa enfrenta crescimento glacial e deficit cavernosos, os asiáticos têm problemas bastante diferentes.
Com caixas repletos e avançando no mesmo ritmo que tinham antes da crise, o perigo para eles, se há algum, é o do superaquecimento.
Nos dez anos que antecederam o choque causado pela quebra do Lehman Brothers, as exportações asiáticas subiram, como proporção da produção total, de 37% para 47%, o que tornou as economias da região mais, e não menos, dependentes da demanda externa. Mas ainda que boa parte dessa demanda tenha desaparecido quando os mercados de crédito se congelaram, no final de 2008, as economias asiáticas mal tomaram fôlego antes de retomar sua escalada. Mais que desacoplada, a Ásia parece imperturbável.
A Ásia menos o Japão -termo que as corretoras empregam para designar a região com a exclusão de sua única porção lenta e deprimida- provavelmente crescerá mais de 8% neste ano. Há 12 meses, isso teria parecido improvável. Cingapura, que encolheu 2% -menos do que se temia inicialmente-, crescerá mais de 6% em 2010. A Malásia, cujo PIB encolheu 1,7% em 2009, terá crescimento de ao menos 5,5% neste ano.
Até a Tailândia, apesar das batalhas campais que assustam os turistas, deve crescer quase 5% em 2010, depois de contração de 2,3% em 2009.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Europa em transe

Quando o ano começou, eu alimentava esperanças de que a minha vida fosse ficar um pouco mais fácil aqui em Washington. A crise internacional estava amainando e a pressão sobre o FMI parecia diminuir.
Não aconteceu. Estamos tendo reuniões da diretoria até no domingo. A Europa não dá descanso. O terremoto europeu, com epicentro na Grécia, afetou grande parte do continente e reverberou no resto do mundo.
O superpacote anunciado pela União Europeia na madrugada de segunda-feira é uma tentativa dramática de estancar a crise. Os primeiros efeitos foram positivos.
Morfina para os mercados, declarou um alto funcionário do FMI. Em grande parte, é uma repetição do que foi feito para lidar com a crise global depois do colapso do Lehman. Com uma diferença importante: procura-se agora atuar em grande escala antes que a Grécia ou algum outro elo fraco provoque uma crise comparável à de 2008-2009. Mas o quadro é desalentador.
Mercados turbulentos, misturando pânico e especulação agressiva, mostram uma capacidade fenomenal de encurralar governos financeiramente frágeis. A matilha de lobos, na expressão de uma autoridade europeia, sente o cheiro de sangue e ataca sem dó nem piedade.